Estamos vivendo em um mundo cada vez mais globalizado e digital, onde as organizações e os modelos de trabalho vêm experimentando muitas transformações significativas e as estruturas de negócios estão sendo repensadas a fim de aproveitar o poder da tecnologia. Nesse ambiente, fica claro que uma das chaves do sucesso será a adaptabilidade, ou seja, a nossa capacidade de nos ajustar, conforme necessidades, conjunturas e situações.
Para desenvolvermos essa aptidão de viver em condições diferentes daquelas que estamos naturalmente acostumados, precisamos entender e planejar nossas ações, apoiados em uma determinada visão de futuro.
Este momento demanda nosso olhar atento, observação, análise e interpretação de tendências. É essencial termos pleno entendimento de nossas motivações, pois isso nos apoiará na construção do que queremos para nossa vida e na nossa reflexão sobre o mundo, a sociedade e a cultura.
Dentre as modalidades para realizar análises, podemos citar o forecasting e o backcasting. A primeira envolve o prognóstico futuro com base na volatilidade do mercado, na previsão dos cenários econômicos, socioculturais, tecnológicos e político-legais. A segunda, é um método usado por futuristas que começa com a definição de um futuro desejável e em seguida busca-se identificar políticas e programas que conectarão esse futuro especificado ao presente.
Segundo Daniel Kahneman em seu livro “Rápido e Devagar: duas formas de pensar”, a linha que separa o futuro previsível do futuro distante e imprevisível ainda está por ser traçada. Nós não temos como ter certeza do futuro longínquo, mas podemos prever tendências de curto prazo a partir de comportamentos e realizações anteriores.
Sendo assim, precisamos construir uma visão de futuro a partir de indícios do presente. O cenário demanda que usemos nossos talentos, criatividade, perspicácia, empatia e compaixão para elaborarmos planos de ação que irão nos conduzir na direção de um futuro mais promissor, onde passemos a enxergar oportunidades ao invés de ameaças.
Como escreveu o poeta e romancista Lewis Caroll no livro Alice no País das Maravilhas, se você não sabe onde quer ir, qualquer caminho serve. Mas será que essa estratégia te levará onde realmente deseja estar? Quando falamos sobre carreira, o ponto de partida é a definição de um objetivo. Para isso precisamos refletir sobre o que queremos para nossa vida e esse é o início da jornada pela descoberta do propósito. O que faz sentido para você?
A visão de futuro
Ter visão de futuro é fundamental para a elaboração de um plano de carreira estratégico, que otimizará o uso do seu tempo e de sua energia em ações coerentes com o que você almeja.
Para operacionalizar essa visão e torná-la concreta, é preciso investir em conhecimento e elaborar um plano de desenvolvimento individual, de forma a definir quais competências técnicas e comportamentais serão exigidas de um profissional da sua área. Para isso, precisamos abraçar a mudança, ter um entendimento do cenário de mercado de trabalho e focar no desenvolvimento de novas habilidades como a inteligência emocional, por exemplo.
Existem vários formatos de programa de desenvolvimento individual, mas a essência de todos eles é a mesma, devendo conter os seguintes elementos:
- Elaboração de Objetivos (estado desejado) – deve responder as seguintes perguntas: o quê, quando, onde, com quem. O objetivo deve ser alcançável, específico, contextualizado, iniciado e mantido;
- Estado atual – cargo ou função que o você exerce, com suas respectivas competências e habilidades, trajetória de carreira, formações, avaliações de desempenho, perfil pessoal, comportamental e autoavaliação;
- Mapeamento de competências – identificar as competências técnicas e comportamentais necessárias à nova função;
- Planejamento de Ações – baseado no 5W 2H: o quê, quem, quando, onde, por que, como, quanto custará, elementos limitantes e recursos necessários;
- Apoio requerido – mentores, familiares, colegas e outras pessoas que façam parte da sua rede de apoio;
- Acompanhamento do status – não iniciado, em andamento, concluído.
Para termos sucesso no ambiente empresarial, que é cada vez mais agressivo, precisamos desenvolver e aprimorar algumas competências que nos permitirão atuar de maneira mais relevante e eficiente como: agilidade, colaboração, multidisciplinaridade, criatividade, resiliência, aprendizado contínuo e tecnologia da informação.
Segundo o artigo “O futuro do trabalho e o trabalhador do futuro” do jornal O Globo, o cenário é desafiador, mas repleto de oportunidades. A demanda por trabalho mais qualificado tende a aumentar, com profissões mais analíticas, interativas e não rotineiras ficando em evidência. Com máquinas assumindo cada vez mais funções humanas, o diferencial do trabalhador talhado para o futuro incidirá sobre competências como pesquisar, avaliar, planejar, elaborar regras e prescrições, interpretar, negociar, coordenar, organizar e ensinar.
Enfim, independentemente das circunstâncias, um ponto que parece inquestionável é a necessidade de nos preparamos para um aprendizado contínuo, para a crescente automatização e a digitalização do sistema produtivo, que intensifica a busca por profissionais aptos a lidar com a dinâmica de uma economia cada vez mais vinculada à tecnologia.
E você? O que pensa sobre este assunto?