As organizações são constituídas por pessoas e dependem do bom relacionamento, respeito e confiança entre líderes, colaboradores, fornecedores, clientes e mesmo da sociedade em que estão inseridas, para alcançar o sucesso. E é sobre isso que vamos falar no artigo de hoje.
Até meados do século XX, a ética nos negócios era uma expressão pouco usada, até porque, a atividade empresarial estava associada apenas à eficácia dos processos e aos resultados financeiros. Mas com o passar dos anos, o mundo foi palco de muitos atos de corrupção e fraudes praticadas por altos executivos, causando sérios comprometimentos à reputação e à imagem de grandes empresas.
Esta onda de ilegalidades no ambiente corporativo fez com que pessoas e organizações começassem a se preocupar mais com as discussões e aplicações da ética, causando uma reação significativa no sentido de criar uma cultura organizacional voltada para a gestão de comportamentos éticos, identificando os valores essenciais e a missão das organizações, como pressupostos obrigatórios à demonstração da transparência na administração e da seriedade dos propósitos.
Neste contexto, os princípios éticos das organizações passaram a compor uma meta essencial a ser atingida no mundo corporativo e tornaram-se temas tratados com a mesma importância dada à inovação, à excelência dos produtos, às novas tecnologias e até mesmo aos próprios resultados financeiros.
No mundo corporativo, destacam-se a ética profissional e a ética empresarial. Eu já falei sobre isso aqui. A primeira está associada ao conjunto de normas que formam a consciência do colaborador, sendo os valores e os princípios morais positivos que conduzem as pessoas a terem atitudes e práticas exemplares. A segunda relacionada diretamente ao comportamento e aos valores essenciais defendidos pela organização em sua atuação na sociedade.
Uma cultura amparada pela ética profissional é essencial para a longevidade da organização, pois demonstra uma imagem forte e transparente frente ao mercado em que atua. O comportamento ético contribui para manter as bases da empresa, o comprometimento, o orgulho de pertencer e a admiração de todos os stakeholders, incluindo os clientes.
Além disso, os profissionais que têm uma conduta ética, conseguem construir um bom relacionamento interpessoal no ambiente de trabalho, assumem seus erros e não são arrogantes no trato com todos, pois agem tomando como parâmetro, os valores dirigidos para o bem, como: responsabilidade, comprometimento, integridade, retidão, meritocracia, capacidade de reconhecer erros, humildade, respeito ao trabalho dos outros, congruência e equidade.
A ética empresarial e o código de ética
A ética empresarial está relacionada aos valores morais e éticos de uma empresa em seu ramo de atuação e contribui fortemente na construção da sua imagem e boa reputação, tendo impacto positivo em seus resultados.
Uma empresa que cumpre determinados padrões éticos tende a crescer, por ser reconhecida e valorizada pelo cliente com o qual estabelece uma relação de confiança e, por consequência, tem seu objetivo alcançado: o lucro.
A ética empresarial favorece, não só a própria empresa, mas também a sociedade, os fornecedores, os clientes, os colaboradores, os sócios e até o governo que recebe seus tributos, fazendo com que ela se torne tão essencial quanto a responsabilidade social e a responsabilidade ambiental.
Com isso, as organizações perceberam a necessidade de criar um código de ética empresarial, de forma que todos os colaboradores, sem exceções, conheçam seu conteúdo e passem a agir em conformidade ao valor e aos significados de suas normas, que devem promover o bem comum. Ele deve deixar bem claro os princípios e valores essenciais da empresa, sua missão, seu comprometimento com o meio ambiente e as penalizações relativas ao descumprimento de suas normas. Líderes e liderados devem agir com responsabilidade e coerência, seguindo o código de ética em suas rotinas.
Há muitas vantagens na aplicação de um Código de Ética. Ele fortalece a imagem da empresa junto à comunidade; favorece o engajamento de seus colaboradores, que também devem participar de sua elaboração; é dotado de mecanismos para solução de eventuais conflitos e problemas internos; demonstra a transparência e a conduta moral da formação da empresa e do modo como ela é gerida, dando visibilidade aos padrões, não só de sustentabilidade, como também de honestidade, de decência, de respeito e de repúdio a práticas ilegais como corrupção e assédio moral e sexual.
Por fim, convém observar que a ética empresarial deve estar presente nas habilidades e competências de seus executivos, tais como a gestão, a liderança, a comunicação, a negociação e a inovação. A ética, nas organizações, permite dupla reflexão: uma reflexão crítica das estratégias, em termos morais e responsabilidade social; e outra, reflexão no que tange ao comportamento interno, à cultura organizacional e ao inter-relacionamento de seus colaboradores. Essas reflexões são formas de harmonizar e equilibrar a razão e a emoção nas relações interpessoais, criando um ambiente propício para uma convivência solidária, capaz de superar diferenças e promover o bem comum.
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